quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ESCOLA EM TEMPO AMPLIADO

Oportunizar novas experiências de aprendizagem e, com isso, acabar com o tempo ocioso de meninos e meninas. Esse é um dos principais objetivos do projeto “Escola em tempo ampliado”, desenvolvido pela Escola de Ensino Fundamental Laércio Wilson, localizada no bairro do Curuçambá, em Ananindeua.
Com quase dois anos de existência, o projeto atende cerca de 400 crianças e adolescentes, com idade entre oito e 16 anos, da 1ª a 8ª série da escola. Na iniciativa, que funciona sobre a supervisão de seis coordenadores, os alunos têm a oportunidade de participar de aulas de música e reforço escolar nas disciplinas de português e matemática. “O que nós queremos é oportunizar formas autênticas de aprendizado para eles”, diz uma das coordenadoras do projeto, a professora Ana Soares Farias.

Nas aulas de música, meninos e meninas aprendem canto coral, no qual o coro, inclusive, já fez apresentações em vários eventos, além de aulas de percussão, grupo conhecido também como “Bate lata”, em que eles tocam instrumentos feitos a partir de materiais recicláveis. O projeto oferece ainda aulas de flauta e violão aos alunos. Segundo o coordenador e professor de música da unidade, Mário Mouzinho, todas as aulas são contextualizadas com ritmos regionais. “Os alunos têm um contato com a música popular brasileira e, ao mesmo tempo, essas músicas são incorporadas aos ritmos locais, como landú, carimbó, entre outros”, explica Mouzinho.

Para Mário, os alunos estão cada vez mais envolvidos com a música, o que tem influenciado no rendimento escolar e até na própria vontade do aluno de estar na escola. “A arte faz as pessoas refletirem sobre elas e sobre o mundo em que vivem. Por isso, ela se torna um importante aliado da educação”, diz o professor, que espera que o trabalho musical com as crianças resulte em diversas apresentações pela Região Metropolitana de Belém (RMB).

EXPERIÊNCIA

“Acho muito interessante essa oportunidade, pois antes eu ficava na rua sem fazer nada, e agora posso ficar aqui aprendendo coisas novas”, diz o aluno Moacir Miranda, de 14 anos, que participa das aulas de flauta e violão há um ano. O adolescente revela que o projeto fez com que ele gostasse mais das disciplinas escolares. “A iniciativa me ajudou a melhorar as minhas notas. Tenho tido mais prazer de ir para a escola agora”, afirma o jovem.

A iniciativa, que funciona no turno oposto ao que os alunos estudam, também oportuniza aulas de reforço de português e matemática. Além disso, durante os finais de semana, são realizadas aulas de capoeira na instituição. “Esse projeto tem a missão de dar novas experiências de aprendizado e, com isso, trazer uma complementação a mais para a formação dos alunos”, diz Ana.

Para a professora, o “Escola em tempo ampliado” despertou nos alunos uma mudança de comportamento. “Eles têm tido um interesse maior pela aprendizagem e houve uma melhora no comportamento social deles, sem contar que o rendimento escolar melhorou consideravelmente”, relata ela.

Ana Farias revela que, por conta dos resultados positivos, o projeto foi incorporado ao programa do Governo Federal, “Mais Educação”, que tem a finalidade de ampliar o tempo e espaço educacional dos alunos da rede pública. Um dos objetivos do programa é minimizar a evasão e a repetência escolar por meio de práticas esportivas, culturais, educacionais, de lazer, de educação ambiental e direitos humanos. O “Mais Educação” objetiva ainda qualificar a experiência educativa de crianças e jovens das escolas públicas de ensino fundamental.

A Música Como Instrumento Incentivador No Processo Ensino E Aprendizagem

A música desfrutou lugar nas antigas escolas dos profetas, no tempo de Samuel e Davi e mesmo nos séculos posteriores, os principais assuntos nessas escolas eram a Lei de Deus, com a instrução dada a Moisés, a história sacra, a música sacra e a poesia. Através dos tempos, tem sido inegável o papel da música como um dos fatores na formação do homem.
Desde pequeno, ou até mesmo antes de nascer, dentro do útero materno, a criança é sensível ao ambiente sonoro e responde a isso através de movimentos corporais. O ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes e variadas situações do cotidiano fazem com que os bebês e as crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva.
O aprendizado da música envolve a constituição do sujeito musical, a partir da constituição da linguagem da música. O uso dessa linguagem irá transformar esse sujeito, tanto no que se refere a seus modos de perceber, suas formas de ação e pensamento, quanto em seus aspectos subjetivos. Em conseqüência, transformará também o mundo deste sujeito, que adquirirá novos sentidos e significados, modificando também a própria linguagem musical. (FONTERRADA, apud LOUREIRO, 2003, p.114)
Usando a música como um meio de incentivar criança aprende brincando; pois ela pode por meio de cantigas e ações, aprender que alegrias e tristezas, conquistas e perdas, coragem, medo e dificuldades podem ocorrer, mas que também podem ser superadas. Segundo pesquisas realizadas, ela faz parte do desenvolvimento global que possibilita a criança a usar toda a sua capacidade para uma aprendizagem de acordo com o seu ritmo. Além disso, ela auxilia no desenvolvimento e aperfeiçoamento da:
Socialização;
Alfabetização;
Inteligência;
Capacidade inventiva;
Expressividade;
Coordenação motora e tato fino;
Percepção sonora;
Percepção espacial;
Raciocínio lógico e matemático;
Estética.

Ainda segundo pesquisas, o objetivo central da Educação Musical é a educação pela Música, englobando vários aspectos do desenvolvimento humano, como:

Desenvolvimento da expressão artística e expressiva da criança.
A educação musical é mais uma forte ferramenta na construção de argumentos que a criança tem para expressar suas idéias.

Desenvolvimento do sentido estético e ético.
Pretende-se através da música resgatar o sentido do belo e do justo em relação às atitudes e valores. 

Desenvolvimento da consciência social e coletivo-ética.
A criança quando estuda música em conjunto pode tornar-se mais comunicativa, conviver o tempo inteiro com regras de socialização, aprender a respeitar o tempo e a vontade do outro, criticar de forma construtiva, ter disciplina, ouvir e interagir com o grupo. 

Desenvolvimento da aptidão inventiva e criadora.
A educação musical poderá proporcionar à criança a descoberta das linguagens sensitivas e do seu próprio potencial criativo, tornando-a capaz de criar, inventar e reinventar o mundo que a rodeia.

Busca de equilíbrio emocional
A música sendo profundamente mobilizadora, poderá ajudar a refletir pelo próprio sentimento gratificante que a beleza provoca.

Reconhecimento dos valores afetivos
Considerando que cantar é uma experiência desinibidora, a criança poderá sentir-se mais relaxada com a música; um estado emocional ideal para usar criatividade sem censura e medo de errar.
 

PPV Informática - Aprender música potencializa a inteligência

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O SABER C[INTÍFICO DA MÚSICA

Vivemos num mundo de conflitos. A nossa sociedade está fundada sobre uma cisão básica entre o sentir e o pensar, entre a razão e as emoções. A primazia da razão apresenta-se ainda nos nossos dias com feições diversas, mas de forma evidente na educação que privilegia o saber científico e a preparação profissional como meio de alcançar somente as vantagens económicas, o poder, o “status”, cultivando o individualismo.
De acordo com Mesquita (2003) o momento conturbado que presenciamos é sintoma de uma sociedade que não criou apreço pelos valores e acabou por formar adultos sem referenciais de cidadania e de respeito pelo próximo. Educar para valores, segundo o autor, é mais do que simplesmente falar e conceituar os valores de forma expositiva. A verdadeira educação para valores é aquela que cria espaços e condições para que o educando possa experimentar, identificar e incorporar os valores positivos ao seu modo de ver, viver e conviver.
Neste sentido, faz-se necessário repensar a maneira de educar as crianças e os jovens, modificando a educação pautada na transmissão de conhecimentos apenas racionais, na obtenção de notas e diplomas para a formação de pessoas conscientes da realidade em que vivem sendo críticas e comprometidas com uma acção transformadora visando uma humanidade melhor.
Mesmo vivendo numa época de mudanças aceleradas em todos os campos, tecnológico, moral e político, os jovens estão à procura de elementos e experiências que os ajudem a encontrar o sentido da própria existência e a construir um projecto de vida. A arte (artes visuais e plásticas, a música, o teatro, a dança, entre outros) surge na formação de crianças e jovens como um instrumento de desenvolvimento de suas habilidades intelectuais, criativas e sociais e como forma de expressão e ressignificação (da novo significado a) de sentimentos e emoções.
A Arte é uma manifestação humana ancestral, um modo singular de conhecimento, de interpretação e intervenção, na realidade, que não se deixa substituir por nenhum outro (Barbosa e Sales, 1990). Experiência fundamental de liberdade de expressão, de memória e desenvolvimento da cultura, a produção artística tem a peculiaridade de transcender o tempo histórico, por meio de transgressões e rupturas, de projecções e criações imaginárias. Assim, a Arte é profundamente humanizadora, até mesmo quando devolve ao ser humano imagens de sua própria desumanização.
Para Duarte (2003) a finalidade da Arte-Educação é o de desenvolver uma atitude mais harmoniosa e equilibrada perante o mundo em que os sentimentos, a imaginação e a razão se integrem de forma a que o educando, através do contacto, da análise e da experiência com as diversas modalidades de expressão artística, elabore seus próprios sentidos em relação ao mundo à sua volta.
Segundo Torres, Coelho e Silva (2003), no processo de ensino-aprendizagem de Arte, o jovem deverá ter a oportunidade de:
  • conviver com as diversas formas de Arte e com as diversas linguagens artísticas (música, artes plásticas e visuais, artes cênicas, dança…);
  • experimentar a expressão de emoções, sentimentos e ideias pessoais por meio das diversas linguagens oferecidas pela arte;
  • ampliar a percepção, a imaginação e a capacidade de expressão criativa;
  • descobrir e aprimorar suas potencialidades em Arte;
  • valorizar a Arte como forma de crescimento pessoal, como experiência lúdica e humanizadora;
  • resgatar o saber artístico acumulado pela humanidade e expresso na produção artística dos diversos estilos e períodos da história da Arte;
  • valorizar a Arte como forma de conhecimento, interpretação e transformação da realidade e reconhecer a transcendência da Arte como linguagem universal.
A expressão artística é um canal para confrontar e organizar concretamente as emoções e o pensamento. O pensar é um processo múltiplo e alternante e não é constituído exclusivamente pela palavra. Os procedimentos cognitivos inerentes a uma actividade artística não são, nem mais nem menos, importantes do que aqueles desenvolvidos numa actividade científica. Só é possível ao ser humano acumular conhecimentos graças à sua faculdade de simbolizar e a actividade artística é importante por estar directamente ligada à função simbólica.
O cultivo da criatividade é outro benefício da arte. Entende-se por criatividade “o processo de identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados.” O jovem criativo reflecte sobre si mesmo e sobre o mundo e age de forma a encontrar novas soluções para os desafios tornando-se protagonista de sua própria história.
Os educadores, pais e terapeutas devem ter o compromisso de mediar as experiências dos adolescentes nas actividades artísticas, para que eles possam vivenciar, eleger e incorporar valores positivos e éticos ao seu modo de viver e conviver.
Deste modo, poderemos acreditar na educação como fonte de transformações positivas para as futuras gerações. Depende de mim, de si e de todos nós!

A MUSICA COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM

A música é reconhecida por muitos pesquisadores como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico. 

Segundo estudos realizados por pesquisadores alemães, pessoas que analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em comparação aos indivíduos que não desenvolvem trabalho com música, bem como aos que estudaram as notas musicais e as divisões rítmicas, obtiveram notas 100% maiores que os demais colegas em relação a um determinado conteúdo de matemática. 

Com base em pesquisas, as crianças que desenvolvem um trabalho com a música apresentam melhor desempenho na escola e na vida como um todo e geralmente apresentam notas mais elevadas quanto à aptidão escolar. 

A valorização do contato da criança com a música já era existente há tempos, Platão dizia que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. 

Hoje é perfeitamente compreensível essa visão apresentada por Platão, visto que a música treina o cérebro para formas relevantes de raciocínio.
Eis então uma reflexão para pais e principalmente educadores, buscando inserir a música no seu planejamento, bem como criar estratégias voltadas para essa área, incentivando a criança a estudar música, seja através do canto ou da prática com um instrumento musical, isso desde a educação infantil.